TURFE

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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

JCPR PROJETA SALTO INTERNACIONAL

Materia do colaborador Diego Felipe Lobo Teles em entrevista com o sr. Ricardo Cwikla, Diretor Financeiro do JCPR.
Há tempos o Jockey Club do Paraná - JCP vem preparando o terreno para uma nova popularização do esporte corrida de cavalo, mais conhecido por aqui como turfe. Neste final de ano, talvez o que seja a cartada final para o projeto, foi dada pela atual diretoria. Em parceria com a gigante mundial do entretenimento CODERE, o JCP planeja a expansão das atividades, bem como o aumento da sua rentabilidade. A CODERE é uma empresa multinacional, que atua no mercado do turfe, na gestão e revitalização de hipódromos na América Latina, como Hipódromo Las Américas, na Cidade do México.
Sobre o assunto, o Diretor-Financeiro do JCP, senhor Ricardo Cwikla, nos concedeu a seguinte entrevista:

1) Desde 2006 o mesmo grupo vem comandando o Jockey. Entre erros e acertos, qual o balanço que se pode fazer desse período? 
Acho que aprendemos muito nesse período. Quando assumimos a gestão em outubro de 2006 não foi por vontade própria, e sim
por que não haviam mais pessoas interessadas em gerir o Jockey Club, pois infelizmente, por erros administrativos do passado,
o clube estava em processo de insolvência financeira. No inicio de nossa gestão procuramos nos focar em manter o Jockey em operação,
pois estávamos com 4 leilões de nossas áreas marcados, não possuíamos dinheiro disponível em caixa e nem ao menos uma conta
bancária. Este cenário foi colocado aos associados em meados de 2007, que aprovaram em assembleia a negociação de parte do terreno
do clube para pagamento de dívidas, principalmente as fiscais. A partir desse momento começamos a elaborar um projeto de médio
e longo prazo para o clube para dar sustentabilidade financeira à instituição, visto que a nossa atividade fim nesse modelo atual de gestão
é muito deficitária para ambos os lados da cadeia, clubes promotores de corrida e proprietários de cavalos.
Ações como a construção do Jockey Plaza Shopping, a parceria bem sucedida com uma empresa competente para as locações do salões sociais do clube, restauro total das instalações,
reforma total de ambas as raias do clube, entre outras, são uma realidade com um único objetivo: inserir novamente o clube como uma opção de entretenimento para
a cidade de Curitiba e obviamente buscar o equilíbrio financeiro do Jockey em um espaço de tempo o mais curto possível.
Talvez pecamos um pouco em não divulgarmos mais as nossas ações, pois estávamos focados em trabalhar duro para manter o clube operando,
principalmente as que não apareçam a olhos vistos, tais como obras, mas  reorganizamos totalmente a estrutura administrativa, financeira, contábil e
operacional do clube, caminhando para um modelo de gestão mais próximo de um modelo empresarial, mas infelizmente não sabíamos da existência viva de uma política
de oposição tão pobre de propósitos dentro do Jockey ao nosso projeto.



2) Dentro deste contexto, o que representa esta parceria com a CODERE?

A situação operacional do JCP é delicada se você analisar a operação em termos estratégicos. Explico. Apesar de sermos completamente
independentes para operarmos, pois possuímos a nossa carta patente liberada pelo Ministério da Agricultura, somos totalmente dependentes
do Jockey Club Brasileiro e Jockey Club de São Paulo, em relação a gestão do “negócio” turfe. Não possuímos totalizador próprio, não possuímos rede
de distribuição de nosso jogo e não podemos sequer opinar ou sugerir sobre uma nova modalidade de apostas aos nossos parceiros,
pois eles também estão passando por sérios problemas financeiros e alegam não terem muito tempo para discutir conosco os problemas
do esporte no Brasil.
O desenho da parceria em gestão de apostas com a Codere vem ocorrendo desde 2011, sendo essa um grande “player” mundial de sucesso com “expertise”
na gestão deste modelo de negócio em vários países e que mantém uma parceria com o JCP a quase 2 anos.
O resumo do projeto é muito simples: dar totais condições operacionais e tecnológicas para que o JCP em parceria com a Codere possa enviar suas imagens em
alta definição para vários países do mundo captando apostas através de um sistema de totalização de apostas moderno de acordo com as normas permitidas pelo
Ministério da Agricultura. Este conceito de negócio pioneiro no Brasil representa uma quebra de paradigma importante dentro do turfe
brasileiro, mas nós do JCP estamos certos que esta é a melhor solução para a nossa instituição, pois o  atual modelo brasileiro de gestão de turfe terá uma vida
muito curta e nós gestores do clube precisamos agir muito rápido.

3) Qual seria a estimativa de receita para o Jockey sobre as apostas internacionais feitas com a transmissão de nossas corridas?

Ainda não possuímos esses valores, pois estamos finalizando uma série de estudos e certamente necessitaremos de uma
boa estratégia conjunta de marketing para “vendermos” nossas corridas no exterior, pois será o primeiro produto (corrida) brasileiro
vendido em outros países e todo negócio independente do setor de atuação tem uma curva de ciclo-maturação que deve
ser respeitada.




4) Há um plano de expansão no número de agências conveniadas ao Jockey?

Certamente, mas não no modelo de agências que conhecemos hoje. O modelo de distribuição que projetamos segue a tendência mundial e
prevê um grande número de terminais de auto-atendimento  e com a nova tecnologia de totalização de apostas, será oferecida ao apostador
a possibilidade de captação de jogo via site oficial do Jockey Club do Paraná e também através de smartphones e tablets.

 
5) O que será preciso mudar para adequar o JCP aos padrões internacionais, em termos de estrutura, apostas e calendário clássico?

Temos um grande e belo hipódromo que faz parte da história de nosso estado e de nossa cidade, elogiado inclusive por grandes entendidos
que nos visitaram de vários países do mundo, porém precisamos de um grande esforço para nos adequarmos ao padrão internacional de
qualidade de nossas corridas. A base da parceria baseia-se nos seguintes pontos: Segurança, Independência, Transparência, Espetáculo e,
por fim, Apostas. Em linhas gerais será feito um cronograma de investimentos em toda estrutura de corridas, tais como melhoria de nossa
iluminação, troca de toda a cerca das raiais, novos partidores, novo photochart e o mais importante: um incremento inicial em nossa bolsa-prêmio com a segurança de um pagamento pontual. Em relação a estrutura de apostas com adoção de um novo sistema totalizador certamente
teremos modalidades de apostas similares ao modelo americano, pois isso permitirá a entrada do JCP no cenário internacional de apostas.
Não discutimos ainda a questão do calendário clássico, mas com o aumento gradativo em nossa bolsa-prêmio certamente teremos mais
provas graduadas em nosso hipódromo, o que trará um significativo aumento na qualidade técnica de nossas corridas.

 

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